Suprema Corte dos EUA examinará lei que obriga venda do TikTok
A Suprema Corte dos Estados Unidos aceitou, nesta quarta-feira (18), examinar a apelação do TikTok a uma lei que obrigaria a ByteDance, sua proprietária chinesa, a vender a popular plataforma de compartilhamento de vídeos para manter sua atividade no país.
A máxima instância judicial americana agendou as alegações do caso para 10 de janeiro. A Corte não suspendeu a entrada em vigor da lei em 19 de janeiro, como pretendia a empresa.
A lei, assinada pelo presidente Joe Biden em abril, bloquearia o TikTok nas lojas de aplicativos dos Estados Unidos, a menos que a ByteDance cumpra com a venda até 19 de janeiro.
O Congresso aprovou a lei alegando que busca prevenir riscos de espionagem e manipulação dos usuários pelas autoridades chinesas.
- "Silenciar vocês" -
O TikTok, que nega veementemente ter transmitido informações para Pequim, afirma que a lei viola seus direitos de liberdade de expressão protegidos pela Primeira Emenda.
"O Congresso aprovou uma restrição generalizada e sem precedentes à liberdade de expressão", afirmou o TikTok, que alega ter mais de 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, em um documento enviado à Corte.
Se a lei entrar em vigor, "fechará uma das plataformas de expressão mais populares dos Estados Unidos um dia antes da posse presidencial", disse o TikTok.
"Isso, por sua vez, silenciaria as vozes de inúmeros americanos que usam a plataforma para se comunicar sobre política, comércio, arte e outros assuntos de interesse", acrescentou.
A companhia, "assim como inúmeras pequenas empresas que dependem da plataforma, também sofreriam danos monetários e competitivos substanciais e irrecuperáveis".
Um porta-voz do TikTok disse que a plataforma está satisfeita com "a decisão de hoje da Suprema Corte".
"Acreditamos que a Corte vai considerar inconstitucional a proibição do TikTok, para que os mais de 170 milhões de americanos da nossa plataforma possam continuar exercendo seu direito de liberdade de expressão", afirmou em um comunicado.
- "Carinho de Trump" -
A potencial proibição poderia tensionar as relações entre Estados Unidos e China pouco antes da posse de Donald Trump, em 20 de janeiro.
Em uma coletiva de imprensa na segunda-feira, Trump disse ter "carinho" por essa rede social e que seu governo estudaria o tema.
A postura de Trump reflete críticas mais amplas de conservadores contra a Meta, a quem acusam de suprimir conteúdo de direita.
A visão atual de Trump é diferente da de seu primeiro mandato, quando tentou proibir o TikTok por questões de segurança.
O TikTok paga à AFP, assim como a outras organizações de verificação de dados, para verificar vídeos em vários países que potencialmente contenham informações falsas.
(B.Smith--TAG)