Kamala e Trump percorrem estados-chave para tentar inclinar a balança
Kamala Harris e Donald Trump, que disputam palmo a palmo a eleição nos Estados Unidos, viajam a estados-chave no penúltimo fim de semana de campanha, no qual Michelle Obama subirá ao palco em apoio à candidata democrata e o republicano tem previsto um comício no famoso Madison Square Garden de Nova York.
Depois de visitar o Texas na sexta-feira, Kamala e Trump realizarão comícios neste sábado (26) em Michigan, um dos estados cruciais para vencer o pleito de 5 de novembro.
As pesquisas mostram um empate nos últimos dias entre a que poderia ser a primeira presidente mulher dos Estados Unidos e o ex-mandatário. Cerca de 38 milhões de eleitores já votaram antecipadamente em todo o país.
A campanha democrata tem concentrado parte de sua estratégia em conquistar os republicanos moderados, que se distanciam de um Trump cada vez mais agressivo, que continua classificando alguns cidadão americanos como "inimigos".
Quatro anos depois, o ex-presidente ainda se recusa a reconhecer sua derrota para Biden nas urnas e se acredita que ele rejeitará os resultados se perder de novo, o que desperta temores de caos depois da votação.
Para o republicano A.D. Jefferson, um operário de 62 anos que esteve em um comício de Kamala em Houston, a agitação de Trump é excessiva.
"Simplesmente penso que ela é menos controversa", comentou à AFP. "Sou republicano, mas sinto que, para mim, Trump é caótico demais".
- A cartada Michelle Obama -
Na sexta-feira no Texas, Kamala dividiu o palco com a estrela do pop Beyoncé, que criticou as restrições de Trump ao direito ao aborto. Neste sábado, a vice-presidente estará em Kalamazoo, Michigan, onde pedirá o voto da população acompanhada de uma das personalidades democratas mais populares: a ex-primeira-dama Michelle Obama.
Seu cônjuge, o ex-presidente Barack Obama, esteve ao lado de Kamala em um comício na quinta-feira na Geórgia.
A vice-presidente viajará no domingo à Filadélfia, no estado da Pensilvânia, a maior cidade do maior estado-pêndulo (sem tendência política definida) que provavelmente determinará o resultado das eleições presidenciais, dentro do sistema indireto de colégio eleitoral nos Estados Unidos.
Kamala passará de bairro em bairro na Filadélfia para conquistar o voto em distritos que historicamente têm uma maioria negra e latina.
Trump, que triunfou em Pensilvânia, Michigan e Wisconsin em sua vitória de 2016, quer vencer em um ou mais desses três estados que formam o que se chama de "muro azul", onde os democratas tradicionalmente vencem.
Nestes estados-pêndulo, a diferença entre ganhar ou perder ficará em poucos milhares de votos. Por isso Trump também realizará comícios neste sábado em Michigan e Pensilvânia.
Além disso, o ex-presidente tem concentrado parte de sua estratégia nos jovens. Na sexta-feira, apareceu em uma entrevista de três horas no popular podcast de Joe Rogan, que conta com milhões de seguidores, a maioria homens.
- O show de Trump -
No domingo pela noite, Trump reunirá seus simpatizantes no famoso Madison Square Garden, no coração de Nova York, cidade de maioria democrata.
Os analistas se perguntam por que Trump faz campanha em sua Nova York natal se virtualmente não tem nenhuma chance de vencer no estado?
Alguns especulam que o bilionário, que foi astro de um reality show, pode estar preparando um espetáculo para demonstrar que pode lotar uma arena emblemática em um reduto democrata.
Mas seus críticos, incluídos sua adversária em 2016, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, lembram que o Madison Square Garden também foi cenário de um comício nazista em 1938, organizado por um grupo que apoiava Adolf Hitler.
"Ela disse que é como em 1930", declarou Trump na sexta-feira em Michigan, em referência às declarações de Hillary nesse dia na CNN. "Não é, não. Isto se chama 'Fazer os Estados Unidos grandes outra vez".
A campanha do fim de semana esteve precedida por uma polêmica acalorada na qual Kamala repercutiu as acusações do ex-chefe de gabinete de Trump, segundo as quais o ex-presidente é um "fascista" em quem não se pode voltar a confiar o poder.
(W.Walker--TAG)