Líbano enfrenta situação 'catastrófica' com mais de 600 mil deslocados internos, adverte ONU
A ofensiva de Israel contra militantes do Hezbollah libanês já deslocou internamente mais de 600 mil pessoas no Líbano, que enfrenta uma crise humanitária "catastrófica", advertiram nesta quarta-feira (9) funcionários da ONU.
O Hezbollah anunciou que seus combatentes estão envolvidos em enfrentamentos com as tropas israelenses no sul do Líbano, utilizando armas propulsadas por foguetes para repelir as tentativas israelenses de ultrapassar a fronteira.
"O Líbano enfrenta um conflito e uma crise humanitária de proporções catastróficas", declarou em coletiva de imprensa Jeanine Hennis-Plasschaert, coordenadora especial da ONU para o Líbano.
Hennis-Plasschaert expressou sua "esperança de que Israel também esteja disposto agora a somar seu apoio aos numerosos chamamentos que estão sendo feitos" em favor da distensão.
Israel intensificou os ataques aéreos contra redutos do Hezbollah no sul e no leste do Líbano, e na periferia sul de Beirute, que deixaram mais de 1.100 mortos nos últimos 15 dias e obrigaram mais de um milhão de pessoas a deixarem suas casas, segundo as autoridades.
Na terça-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou os libaneses com uma "destruição" similar à de Gaza se eles não "se livrarem" do Hezbollah, que iniciou ataques de baixa intensidade contra as tropas israelenses um dia depois que seu aliado palestino Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel em 7 de outubro de 2023, o que desencadeou a guerra em Gaza.
O coordenador humanitário da ONU para o Líbano, Imran Riza, declarou que o país árabe enfrenta "um dos períodos mais violentos" de sua história recente, e informou que há 600 mil deslocados internos, dos quais mais de 350 mil são crianças. "Até mesmo as guerras têm regras", afirmou.
Israel se negou a descartar ataques contra o aeroporto civil de Beirute e suas estradas de acesso, apesar de milhares de pessoas estarem fugindo do país por ar e por terra todos os dias.
"Não atacamos civis. Mas, ao mesmo tempo, se descobrimos atividades do Hezbollah ou a intenção de lançar foguetes contra Israel, faremos o que qualquer outro país faria a respeito", declarou o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon.
(R.White--TAG)