Cinco pontos-chave da suposta nova tentativa de assassinato de Trump
O ex-presidente americano Donald Trump foi alvo de uma suposta tentativa de assassinato no domingo (15), a segunda contra o candidato republicano em dois meses. Veja a seguir os principais pontos sobre o incidente:
- O que aconteceu? -
No domingo, por volta das 13h30 locais (14h30 de Brasília), um agente do Serviço Secreto dos Estados Unidos avistou o cano de um fuzil apontando para arbustos no campo de golfe Trump International em West Palm Beach, Flórida.
Os agentes, que estavam posicionados em uma área de segurança móvel um ou dois buracos à frente do ex-presidente, "atacaram" um indivíduo, disse Rafael Barros, do Serviço Secreto, e o suspeito fugiu. Trump saiu ileso.
O republicano estava a uma distância de cerca de 270 a 450 metros quando o incidente ocorreu, segundo o xerife do condado, Ric Bradshaw.
A polícia recuperou um fuzil "estilo AK-47" equipado com mira telescópica, duas mochilas e uma câmera GoPro na cena, indicou Bradshaw.
- A prisão -
Um suspeito foi preso cerca de 45 minutos após o ocorrido. A polícia o deteve depois que uma testemunha informou que um homem havia fugido da cena em um veículo preto.
O carro foi identificado por suas informações de registro e avistado na rodovia I-95 quando entrava no condado vizinho de Martin, de acordo com a polícia.
As autoridades pararam o veículo e prenderam o suspeito. Registros telefônicos mostraram que ele havia permanecido nos arbustos durante a noite, aponta a denúncia criminal.
Nesta segunda-feira, em sua primeira audiência perante um juiz federal da Flórida, o suspeito foi acusado de posse ilegal de arma de fogo e posse de uma arma com o número de série raspado.
- Quem é o agressor? -
A polícia identificou o suspeito como Ryan Wesley Routh, que foi entrevistado pela AFP em Kiev, em 2022, onde estava para apoiar os esforços de guerra contra a Rússia.
Segundo os informes, Routh era um empreiteiro autônomo de residências populares radicado no Havaí, com um histórico de prisões ao longo de várias décadas.
Ele publicava regularmente sobre política e atualidades nas redes sociais, incluindo críticas a Trump, de acordo com a imprensa americana.
A AFP entrevistou Routh enquanto ele participava de uma manifestação em apoio aos ucranianos presos na cidade portuária de Mariupol, sitiada pelas forças russas.
O presidente russo, Vladimir Putin, "é um terrorista e devemos detê-lo, então precisamos que todos no mundo parem o que estão fazendo e venham aqui agora", declarou à AFP na época.
- Eleições cada vez mais tensas -
O incidente parece ser a segunda tentativa de assassinato contra Trump, após um ataque em julho, durante um ato na Pensilvânia, que deixou um ferimento em sua orelha direita e um participante do comício morto.
Desde então, Trump tem transferido a maioria dos eventos de campanha para ambientes fechados e fala ao público atrás de um painel à prova de balas.
Recentemente, sua adversária democrata, Kamala Harris, também começou a utilizar uma barreira semelhante.
A retórica política de Trump sempre foi agressiva, mas sua campanha de 2024 aumentou a temperatura ao se concentrar especialmente no polêmico tema da imigração.
O republicano afirma que há uma "invasão" contínua de imigrantes, a quem ele acusa - sem provas - de serem responsáveis por diversos crimes violentos, incluindo assassinatos, estupros e roubos.
Na semana passada, a cidade de Springfield, Ohio, foi palco de uma série de ameaças de bomba depois que Trump incitou sua base contra os aproximadamente 15 mil imigrantes haitianos que residem lá, acusando-os falsamente de comerem animais de estimação.
- Serviço Secreto na mira -
O incidente de domingo volta a colocar o Serviço Secreto dos Estados Unidos sob os holofotes, já que a agência é responsável pela segurança dos presidentes em exercício e ex-presidentes.
Em 13 de julho, um atirador conseguiu se instalar em um telhado a cerca de 118 metros de Trump e disparou pelo menos oito vezes, levantando dúvidas sobre a competência do Serviço Secreto e levando à renúncia de sua diretora.
Na Flórida, a agência não havia garantido a proteção de toda a área do campo de golfe, focando apenas em uma área de segurança ao redor do ex-presidente, explicou o xerife Bradshaw.
"Ele não é o presidente em exercício. Se fosse, teríamos cercado todo o campo de golfe", afirmou. "Mas como ele não é, a segurança é limitada às áreas que o Serviço Secreto considera possíveis".
Nesta segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu ao Congresso que autorizasse um aumento no número de funcionários da agência.
"Uma coisa que quero deixar clara é que o Serviço Secreto precisa de mais ajuda, e acho que o Congresso deve responder a suas necessidades", disse Biden a repórteres na Casa Branca.
(B.Smith--TAG)