Papa Francisco quer incrementar o diálogo inter-religioso para lutar contra o extremismo
O papa Francisco pediu nesta quarta-feira (4) um maior "diálogo inter-religioso" como uma "contraposição ao extremismo e à intolerância", em seu primeiro discurso na Indonésia, o país com maior população muçulmana do mundo.
O líder dos 1,3 bilhão de católicos do mundo iniciou na Indonésia a viagem de 12 dias que também o levará a Papua-Nova Guiné, Timor Leste e Singapura.
Depois de 13 horas de voo entre Roma e Jacarta, o jesuíta argentino aproveitou metade da terça-feira para descansar, antes de iniciar uma agenda intensa de eventos e discursos.
Em suas primeiras palavras públicas no grande arquipélago do sudeste asiático, o pontífice discursou para as autoridades e o corpo diplomático da Indonésia. No encontro, Francisco afirmou que a Igreja Católica deseja "incrementar o diálogo inter-religioso".
O país de 17.500 ilhas abriga a maior população muçulmana do mundo, com 242 milhões de integrantes (87% de seus habitantes), contra apenas oito milhões de católicos (menos de 3%).
Por esta razão, o diálogo inter-religioso constitui um tema central na primeira etapa da viagem de Francisco pela Ásia e pela Oceania, a mais longa e distante do seu papado.
"A Igreja Católica deseja incrementar o diálogo inter-religioso. Desta forma, podem eliminar-se preconceitos e pode desenvolver-se um clima de respeito e confiança mútuos, indispensável para enfrentar desafios comuns; entre os quais a contraposição ao extremismo e à intolerância que, distorcendo a religião, tentam impor-se através do engano e da violência", afirmou o papa depois de uma reunião com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, em Jacarta.
O presidente Widodo seguiu a mesma linha do pontífice.
"A liberdade e a tolerância são o que a Indonésia, em conjunto com o Vaticano, quer propagar (...) em um mundo cada vez mais turbulento", disse Widodo.
O país já sofreu com o extremismo islâmico, incluindo o atentado com explosivos na ilha turística de Bali de outubro de 2002, que deixou 202 mortos.
Antes da visita, muitos analistas estavam preocupados com o impacto da longa viagem para a saúde do pontífice, mas Francisco se mostrou sorridente e de bom humor durante o início da viagem.
(L.Thomas--TAG)