Israel anuncia morte de comandante do Hezbollah no Líbano
Israel realizou nesta terça-feira (30) um bombardeio em Beirute no qual afirma que matou o comandante do movimento libanês Hezbollah Fuad Shukr, que responsabilizou por um ataque letal recente nas Colinas de Golã.
Segundo o Ministério da Saúde libanês, o ataque matou três civis, dois deles crianças, e deixou 74 feridos.
"Os aviões de combate da força aérea de Israel eliminaram o comandante militar de mais alta patente da organização terrorista Hezbollah e chefe da sua unidade estratégica, Fuad Shukr, na zona de Beirute", anunciou o corpo armado.
Shukr foi o responsável pelo ataque do último sábado "no qual 12 crianças morreram depois que o Hezbollah disparou um foguete iraniano diretamente contra um campo de futebol no norte de Israel", declarou o porta-voz militar israelense, Daniel Hagari.
"Fuad Shukr era o braço direito de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, e seu conselheiro no planejamento e na direção de ataques e operações", acrescentou Hagari, afirmando que Shukr era "um terrorista de alto nível, que tinha o sangue de israelenses e muitos outros em suas mãos".
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou o que chamou de "agressão flagrante" e "ato criminoso", e pediu que a comunidade internacional pressione "para obrigar Israel a deter sua agressão e suas ameaças".
O Irã, que apoia o Hezbollah, considerou o ocorrido "uma ação implacável e criminosa da gangue criminosa sionista".
Israel e Estados Unidos responsabilizaram o Hezbollah pelo bombardeio de sábado na cidade de Majdal Shams, nas Colinas de Golã, o que o grupo libanês (aliado do movimento islamista palestino Hamas) negou.
- 'Vingança proibida' -
Daniel Hagari afirmou que o Exército de Israel quer evitar um conflito maior com o Hezbollah, mas que está preparado "para qualquer cenário". "As agressões contínuas e os ataques brutais do Hezbollah arrastam o povo libanês e todo o Oriente Médio para uma escalada maior."
"Preferimos resolver as hostilidades sem uma guerra mais ampla, mas as FDI estão totalmente preparadas para qualquer cenário", ressaltou Hagari, referindo-se às Forças de Defesa de Israel.
Os líderes drusos da cidade de Majdal Shams indicaram, no entanto, que rejeitam qualquer resposta, devido à doutrina que rege sua comunidade, cuja religião vem do islã.
"A tragédia é imensa", afirmaram. Mas, uma vez que a doutrina drusa "proíbe o assassinato e a vingança em qualquer forma, rejeitamos o derramamento de sangue sob o pretexto de vingar os nossos filhos", acrescentaram.
Desde que a guerra começou em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, os enfrentamentos entre o Exército israelense e o Hezbollah na fronteira entre Israel e Líbano são quase diários.
Um civil israelense morreu nesta terça pela queda de um foguete no norte do país, informaram os serviços de resgate, e o Exército afirmou que respondeu a uma série de projéteis lançados do Líbano.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) expressou nesta terça-feira "preocupação com a crescente ameaça de conflito generalizado em toda a região" e "pediu veementemente a todas as partes e à comunidade internacional que trabalhem urgentemente para reduzir as tensões".
Várias companhias aéreas, incluindo a Air France e a alemã Lufthansa, suspenderam seus voos para Beirute.
- Retirada de Khan Yunis -
Na Faixa de Gaza, o Exército israelense continuou com sua campanha de bombardeios contra o Hamas, que Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram uma organização terrorista.
Desde 22 de julho, as forças israelenses realizam uma operação na área de Khan Yunis, que até agora deixou cerca de 300 mortos, segundo a defesa civil de Gaza.
A guerra em Gaza começou quando milicianos islamistas mataram 1.197 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo uma contagem baseada em dados oficiais israelenses.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou pelo menos 39.400 pessoas na Faixa de Gaza, também civis em sua maioria, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.
(O.Robinson--TAG)