Serviço Secreto dos EUA concorda com revisão após tentativa de assassinato de Trump
O Serviço Secreto dos Estados Unidos prometeu, nesta segunda-feira (15), cooperar com uma revisão independente sobre seu mecanismo de segurança após um homem conseguir abrir fogo contra o ex-presidente Donald Trump.
O magnata de 78 anos foi baleado e ferido em um comício na Pensilvânia no sábado, um ataque que chocou o país, muito polarizado a menos de quatro meses das eleições presidenciais.
"O Serviço Secreto trabalha com todas as agências federais, estaduais e locais envolvidas para entender o que aconteceu, como aconteceu e como evitar que um incidente assim volte a ocorrer", disse a diretora da agência, Kimberly Cheatle, em comunicado.
"Entendemos a importância da revisão independente anunciada ontem pelo presidente [Joe] Biden e participaremos plenamente. Também trabalharemos com os comitês apropriados do Congresso em qualquer ação de supervisão", acrescentou Cheatle, que conta com o apoio de Biden, segundo a Casa Branca.
Trump falava em um ato de campanha em Butler, Pensilvânia, quando vários tiros foram disparados. Nas imagens do incidente, ele coloca a mão sobre a orelha, ensanguentada, e se abaixa rapidamente, enquanto agentes do Serviço Secreto sobem para cercá-lo e levá-lo rapidamente para um veículo próximo.
O autor dos disparos e um transeunte morreram e dois espectadores ficaram feridos.
Biden, que busca a reeleição, ordenou uma revisão completa da segurança nos comícios, assim como na Convenção Nacional Republicana, que começou nesta segunda em Milwaukee, Wisconsin.
O Serviço Secreto está sob forte pressão desde sábado. É criticado pelo fato de um homem armado ter conseguido subir em um telhado a cerca de 150 metros de uma das figuras políticas mais protegidas do planeta e apontar um fuzil de assalto.
Além disso, algumas pessoas que viram o homem tentaram alertar às forças de segurança antes que ele abrisse fogo.
Cheatle indicou que a agência está tentando reforçar a segurança na convenção, na qual Trump falará nesta segunda-feira. No domingo, o Serviço Secreto afirmou estar "completamente preparado" para essa cúpula partidária.
Biden também ordenou que o Serviço Secreto "proporcione proteção a Robert Kennedy Jr.", o candidato presidencial independente, informou hoje o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas.
Trump já havia feito esse pedido horas antes, em uma publicação em sua rede social Truth Social, "à luz do que está acontecendo no mundo hoje".
Kennedy, que segundo as pesquisas não tem chances de vencer as eleições, pertence ao clã político mais famoso dos Estados Unidos.
Seu tio, o presidente John F. Kennedy, foi assassinado em Dallas, Texas, em 1963. Cinco anos depois, o pai do candidato, Robert, morreu a tiros em Los Angeles.
De acordo com o site do Serviço Secreto, a agência deve proteger, entre outros, o presidente dos Estados Unidos, seu entorno, os chefes de Estado visitantes, assim como "os principais candidatos presidenciais e a vice-presidente e seus cônjuges a 120 dias de uma eleição presidencial geral".
As eleições deste ano estão marcadas para 5 de novembro.
(E.Taylor--TAG)