Conselho de Segurança da ONU rejeita resolução da Rússia sobre guerra entre Israel e Hamas
O Conselho de Segurança da ONU rejeitou na segunda-feira (16) um projeto de resolução da Rússia que condenava a escalada da violência no Oriente Médio. Os representantes dos países membros do organismo se negaram a aprovar a medida que não mencionava o Hamas por seu ataque surpresa contra Israel, que matou pelo menos 1.400 pessoas.
O Conselho se reuniu no momento em que Israel prepara uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza, após ataques aéreos e de artilharia que deixaram pelo menos 2.750 mortos.
A rejeição aconteceu após o anúncio de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viajará a Israel na quarta-feira (18), em uma visita com o objetivo de equilibrar o apoio a um aliado chave com apelos para a redução de suas operações em Gaza.
Apenas quatro países votaram a favor da resolução russa. Outros quatro, incluindo Estados Unidos, votaram contra e seis optaram pela abstenção.
Um segundo texto, apresentado pelo Brasil e com uma mensagem inequívoca de condenação ao grupo islamita, parece ter mais apoio e deve ser votado na terça-feira à noite, segundo fontes diplomáticas.
O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, afirmou que, apesar do fracasso, a resolução estimulou o Conselho a adotar uma ação.
O embaixador israelense, Gilad Erdan, disse que o Conselho de Segurança, que não adota uma resolução sobre a situação em Israel e nos territórios palestinos desde 2016, está "em um de seus pontos mais cruciais" desde sua fundação ao final da Segunda Guerra Mundial.
"O Conselho apoiará a luta pela civilização? Ou incentivará o genocídio dos jihadistas que tentam assassinar todos os infiéis?", questionou. "Para um organismo dedicado à segurança, isto nem deveria ser uma pergunta".
O embaixador palestino, representante da Autoridade Palestina com sede na Cisjordânia, disse que o Conselho tem o dever moral de atuar para uma resolução que interrompa o ataque Israel na Faixa de Gaza que, segundo ele, mata 12 pessoas a cada hora.
"Não enviem o sinal de que as vidas dos palestinos não importam", declarou Riyad Mansour.
Israel cortou o fornecimento de água e energia elétrica na isolada Faixa de Gaza e anunciou que mais de um milhão de pessoas devem abandonar a zona norte do enclave densamente povoado.
A agência da ONU para os refugiados palestinos alertou que a Faixa de Gaza enfrenta "uma catástrofe humanitárias sem precedentes" caso os abastecimentos de água e outros produtos vitais não sejam restabelecidos.
(B.Smith--TAG)