Biden se soma a diplomacia frenética no Oriente Médio
O presidente americano, Joe Biden, abriu espaço em sua agenda para se concentrar na situação no Oriente Médio, e conversou nesta segunda-feira com o colega egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, anunciou a Casa Branca.
Os Estados Unidos querem que o líder egípcio permita que os civis deixem Gaza. Al-Sissi propôs uma reunião de cúpula internacional sobre "o futuro da causa palestina”, que será realizada no próximo sábado, segundo agências de notícias do Golfo.
O presidente americano também conversou com o chanceler alemão, Olaf Scholz, sobre a viagem que este último está disposto a fazer nesta semana para Israel e o Egito, país que atua historicamente como mediador entre palestinos e israelenses.
Essas conversas coincidem com uma atividade diplomática intensa do presidente russo, Vladimir Putin, que também conversou com Al-Sissi e com o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, além dos presidentes de Irã, Síria e Autoridade Palestina.
O presidente americano cancelou hoje uma viagem prevista para o Colorado, o que alimentou especulações sobre uma viagem sua a Israel, que foi convidado oficialmente a visitar, e onde se encontrava hoje o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.
Biden, que invocou "o dever" de Israel de se defender do Hamas após o ataque maciço de 7 de outubro, teme que o conflito se propague devido à ofensiva em larga escala do Hezbollah no norte e ao aumento dos combates entre este movimento pró-Irã e o Exército israelense na fronteira com o Líbano.
- Crise humanitária -
Vários veículos de comunicação, entre eles Axios e CNN, afirmam que autoridades israelenses e americanas discutem uma possível visita do presidente Biden, que prometeu um apoio inabalável a Israel após o ataque do Hamas.
Não seria a primeira viagem de Biden a um país em guerra. Em fevereiro, ele viajou para a Ucrânia em uma visita preparada em absoluto sigilo. Ele também visitou Israel em julho de 2022.
As relações entre a Casa Branca e Israel esfriaram com o retorno ao poder de Benjamin Netanyahu, à frente de um governo radical de direita, que Biden criticou abertamente.
No entanto, o presidente americano deixou completamente de lado suas críticas, pelo menos em público, e defendeu Israel nesta guerra. Nos últimos dias, também insistiu na necessidade de responder "à crise humanitária" em Gaza.
Israel ressaltou hoje que não existe uma trégua para permitir a entrada de ajuda em Gaza, onde 1 milhão de palestinos se aglomeram na fronteira com o Egito, fugindo dos bombardeios do Exército israelense em resposta à ofensiva sangrenta do Hamas.
As iniciativas diplomáticas aumentaram hoje para tentar evitar “uma catástrofe humanitária” e um transbordamento do conflito, no décimo dia de guerra.
A retaliação de Israel já matou 2.750 pessoas em Gaza, a maioria civis palestinos, incluindo centenas de crianças, segundo autoridades locais. Mais de 1.400 pessoas, a maioria civis, já morreram em Israel, a maior parte delas no dia do ataque.
(J.Torres--TAG)