Senado do Uruguai destitui legislador após indiciamento por crimes sexuais contra menores
O Senado do Uruguai votou por unanimidade, nesta quarta-feira (11), a favor da destituição do senador Gustavo Penadés, uma figura de destaque do Partido Nacional do governo, indiciado com prisão preventiva como suposto autor de múltiplos crimes sexuais contra menores de idade.
Penadés, que teve sua imunidade parlamentar suspensa em junho, enquanto era investigado pelo Ministério Público por acusações de pedofilia, foi expulso do Senado com o voto dos 29 legisladores presentes na sessão.
A votação ocorreu depois que os coordenadores de todos os partidos políticos com representação no Parlamento propuseram a aplicação de um artigo da Constituição que prevê a remoção de um legislador "por atos de conduta que o tornem indigno de seu cargo".
"Não percebemos que estávamos ao lado de um monstro", disse o senador Sebastián da Silva, correligionário de Penadés, que pediu "perdão às vítimas".
Na terça-feira, Penadés foi indiciado por supostamente ter cometido 22 crimes: 11 crimes de retribuição à exploração sexual de menores de idade, quatro crimes de abuso sexual especialmente agravados, três crimes de abuso sexual agravados, um crime de estupro, um crime de desacato, um crime de corrupção de menores e um crime de atentado violento ao pudor.
Além disso, deverá cumprir prisão preventiva por 180 dias enquanto o processo judicial continua.
Penadés, de 57 anos, que renunciou ao Partido Nacional em junho, nega veementemente as acusações.
Muitas das pessoas que testemunharam contra ele "eram jovens" no momento do suposto abuso e exploração sexual, a maioria com "13 ou 14 anos". Os eventos denunciados ocorreram ao longo de vários anos, incluindo um testemunho de 2020.
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que inicialmente apoiou o senador, disse que naquele momento "não havia elementos de prova, depoimentos, testemunhas", mas que a situação mudou agora.
"Se essa situação for confirmada em uma sentença, obviamente [Penaés] não é a pessoa que conhecíamos", declarou a jornalistas.
(T.Martin--TAG)