Republicanos buscam desesperadamente um presidente para a Câmara dos Representantes
Os reflexos da ofensiva do Hamas em Israel chegaram ao Congresso dos Estados Unidos, onde os conservadores aceleraram suas negociações nesta segunda-feira (9) para escolher o presidente da Câmara dos Representantes, após a destituição de Kevin McCarthy.
A ausência de um presidente da Câmara baixa, declarada na terça-feira pelos apoiadores do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump em uma votação histórica, deixou as atividades parlamentares desta instituição em suspenso, em um momento em que muitos congressistas pedem o envio de ajuda a Israel.
Sem um presidente da Câmara dos Representantes, o Congresso também não pode votar um novo orçamento para o Estado federal ou decidir se fornece mais fundos para a Ucrânia.
- Scalise, Jordan... -
Os republicanos são maioria na Câmara desde janeiro, o que significa que eles têm a responsabilidade de escolher o presidente desta instituição.
No entanto, as fortes tensões entre os congressistas moderados e os apoiadores de Trump interferiram no processo e levaram à destituição de McCarthy em 3 de outubro.
A ofensiva do movimento islamita palestino Hamas contra Israel no sábado aumentou a pressão para restaurar a ordem entre os conservadores.
Existem dois congressistas republicanos oficialmente competindo pela presidência da Câmara: de um lado, o líder do grupo Steve Scalise, um membro da extrema direita que está enfrentando o câncer.
Por outro lado, Jim Jordan, chefe da comissão judicial, que conta com o "total apoio" de Trump, pré-candidato às eleições de 2024.
- Ou McCarthy... -
Nesta segunda-feira, McCarthy, o ex-presidente destituído da Câmara, deixou a porta aberta para uma nova candidatura ao seu antigo cargo, apesar de ter descartado essa possibilidade na semana passada.
Diante da insistente pergunta se ele vai se candidatar novamente, o congressista pela Califórnia respondeu aos jornalistas: "É o grupo parlamentar que deve escolher".
Em seguida, ele se gabou de sua experiência diplomática com Israel. Citou suas "inúmeras" viagens a Gaza, seu discurso em maio perante o Parlamento e suas ligações telefônicas com o presidente israelense, Isaac Herzog, as últimas delas "na semana passada".
"Não podemos fazer nada sem um presidente" da Câmara, concluiu.
Vários de seus apoiadores o encorajaram a se candidatar novamente.
"Este período de caos e incerteza mostrou que foi um erro destituí-lo", argumentou o congressista da Flórida Carlos Giménez na rede social X, antigo Twitter.
Para ser reeleito, McCarthy precisa do voto de um grupo de apoiadores de Trump, o que é difícil de obter.
Um punhado desses simpatizantes de Trump sugeriu até que o próprio ex-presidente dos EUA seja o candidato.
Uma proposta surpreendente, mas não impossível: tecnicamente, o presidente da Câmara não precisa ser congressista para ocupar o cargo.
Mas parece altamente improvável, especialmente porque as atuais regras republicanas proíbem que um candidato ocupe um cargo de liderança do grupo parlamentar caso for alvo de acusações judiciais, e Trump tem várias pendentes.
A liderança do Partido Republicano quer que os conservadores cheguem a um acordo antes de quarta-feira à noite.
(E.Taylor--TAG)