Premiê espanhol diz que presidente americano é 'exemplo' na defesa da democracia
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse, nesta sexta-feira (12), ao presidente americano, Joe Biden, que ele é "uma referência", um "exemplo" na defesa da democracia, no início de uma reunião na Casa Branca na qual ambos vão falar da guerra na Ucrânia e da imigração.
O encontro, o primeiro em seis anos de um chefe de governo espanhol na Casa Branca, servirá para Sánchez fortalecer sua imagem como líder internacional pouco antes de a Espanha assumir a presidência do Conselho da União Europeia no segundo semestre.
"Eu o vejo como uma referência na defesa da democracia, já que muitos cidadãos do mundo nunca teriam imaginado que a democracia estaria ameaçada exatamente aqui, em Washington", afirmou Sánchez no Salão Oval.
O líder espanhol fez alusão, assim, ao ataque ao Capitólio por apoiadores do ex-presidente americano, o republicano Donald Trump, em uma tentativa de impedir que a vitória de Biden nas eleições fosse certificada.
"Seu compromisso com os valores democráticos é um exemplo para todos", reforçou Sánchez, acrescentando que, neste sentido, os dois países podem se gabar de terem "valores comuns" e relações bilaterais "excelentes".
"Somos aliados amigos, e também parceiros estratégicos", afirmou, falando em inglês.
Em seguida, enumerou os temas que serão abordados, a começar pela guerra na Ucrânia.
"Não posso agradecer-lhes o suficiente por seu apoio importante à Ucrânia", disse-lhe Biden, durante uma curta intervenção.
Segundo fontes oficiais espanholas, é provável que Sánchez troque impressões dos encontros que manteve com os presidentes chinês, Xi Jinping, e brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Pequim e Brasília defendem propostas de paz para a Ucrânia que desagradam a Washington, o grande aliado de Kiev após a invasão russa. E que lhe peça para ouvir os países afetados pela guerra.
De todo modo, Washington e Madri estão alinhados.
Para a presidência do Conselho Europeu, Sánchez destacou duas prioridades que interessam aos Estados Unidos.
A primeira é a reindustrialização europeia, em um contexto de tensões recentes pelas consequências que a lei de Redução da Inflação americana pode ter para a Europa devido à sua política de subsídios.
A segunda meta é reforçar a cooperação bilateral com a América Latina.
Biden agradeceu a colaboração de Sánchez "frente ao desafio" migratório horas depois da expiração do Título 42, uma restrição fronteiriça ativada durante a pandemia, que praticamente impossibilitou os pedidos de asilo na fronteira com o México.
Prevendo uma maior afluência migratória com o fim da norma, Biden adotou uma série de medidas, como a criação de centros de pré-seleção de migrantes que serão abertos em breve na Colômbia e na Guatemala.
Para isso, contou com a colaboração da Espanha, que vai aceitar referências destes centros para seus programas.
A crise migratória é um dos problemas que mais preocupam Biden com vistas às eleições presidenciais de 2024, nas quais ele tentará se reeleger e poderá voltar a enfrentar seu antecessor, o republicano Donald Trump.
(F.Schuster--BBZ)