EUA e Pequim renovam contatos de alto nível, afirma Casa Branca
Washington e Pequim, afastados desde o incidente do balão chinês em fevereiro, renovaram seus contatos diplomáticos de mais alto nível, anunciou nesta quinta-feira (11) a Casa Branca.
O conselheiro de segurança nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, reuniu-se esta semana em Viena com o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse o Executivo americano, em um contexto ainda extremamente tenso entre as duas grandes potências, imersas em uma disputa diplomática e militar e uma rivalidade econômica e tecnológica.
Os dois altos funcionários tiveram oito horas de reuniões entre quarta-feira e quinta-feira na capital austríaca, encerrando uma pausa não oficial nos contatos de alto nível desde que os Estados Unidos derrubaram um balão de vigilância chinês que percorreu todo o país em janeiro e fevereiro.
As duas partes descreveram os diálogos como "francos, substanciais e construtivos", afirmou a Casa Branca.
Eles discutiram tanto sobre a "guerra da Rússia contra a Ucrânia" quanto sobre questões relacionadas ao Estreito de Taiwan, ou seja, os dois temas mais sensíveis na relação bilateral.
O governo de Biden tem repetidamente advertido a China contra qualquer ajuda militar à Rússia. Os EUA também estão preocupados com Taiwan, território reivindicado pela China.
Wang "expôs amplamente a posição solene da China" sobre Taiwan, reportou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, e acrescentou que os dois diplomatas "concordaram em continuar fazendo bom uso deste canal estratégico para a comunicação".
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Em uma reunião com jornalistas, um alto funcionário da administração norte-americana enfatizou que apenas ter a reunião entre Sullivan e Wang já era um passo à frente.
A ideia era "tentar encontrar algumas questões onde há interesses sobrepostos", explicou o funcionário.
"Não é segredo que vemos a manutenção dos canais de comunicação como algo particularmente importante em tempos de tensão, sendo importante gerenciar a competição", disse ele, acrescentando que as partes estão de acordo com isso.
Sullivan e Wang discutiram questões de segurança regional na Ásia-Pacífico, e o principal assessor de Biden pressionou Wang por uma melhor cooperação no combate ao tráfico de drogas, indicou o funcionário.
Washington afirma que empresas chinesas fornecem os produtos químicos utilizados pelos cartéis de drogas mexicanos para fabricar fentanil, droga responsável por um grande aumento nas mortes por overdose nos Estados Unidos.
Sobre Taiwan, o funcionário disse que os Estados Unidos enfatizaram que ambas as partes têm lidado com o problema "por mais de 40 anos sem conflito" e que Washington não quer ver nenhuma mudança unilateral na situação.
Em fevereiro, as tensões entre China e Estados Unidos se intensificaram com o sobrevoo de balões chineses sobre o território americano, uma operação de espionagem segundo Washington, o que a China nega categoricamente.
Diante disso, o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, cancelou imediatamente uma viagem à China quase no momento do embarque.
A reunião em Viena reacende especulações sobre um próximo encontro entre Biden e o presidente chinês, Xi Jinping. Questionado sobre o assunto na quarta-feira, o presidente americano respondeu: "Há progressos".
(T.Renner--BBZ)