Valor das exportações da América Latina crescerá 4% em 2024, diz Cepal
O valor das exportações da América Latina conseguirá se recuperar após a queda do ano passado e crescerá 4% em 2024, devido ao aumento do volume de vendas de produtos agrícolas, mineradores e petrolíferos, informou a Cepal nesta quarta-feira (23).
Além disso, a região teria superávit comercial, segundo a organização sediada em Santiago.
A recuperação ocorre após uma queda de 1% no valor das exportações regionais em 2023, em um contexto de contração do comércio mundial, segundo dados revisados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
Segundo o relatório "Perspectivas do Comércio Internacional para a América Latina e o Caribe", o valor das exportações regionais crescerá 4% "como resultado de uma expansão do volume de 5% e uma queda dos preços de 1%".
"Este bom desempenho deve-se sobretudo ao aumento das quantidades exportadas de petróleo, soja e outros produtos básicos", explica o documento.
No entanto, "as exportações manufatureiras se mantêm atrás e perdem peso no próprio mercado regional face à crescente concorrência da Ásia", afirma.
Por país, os maiores aumentos seriam registrados na Guiana, com um aumento no valor das suas exportações de 77%; Venezuela, com 38%; Argentina, com 21%, e Suriname, 18%.
Em todos os casos, o aumento é explicado "pelo grande aumento do volume exportado de produtos básicos, especialmente petróleo e produtos agrícolas".
A maior queda nos volumes exportados ocorreria no Panamá (71%), devido à paralisação das operações na mina Cobre Panamá.
Também serão registradas reduções em Trinidad e Tobago (20%), devido à fragilidade do setor energético, e em Belize (17%), devido à queda nas exportações de alimentos e produtos químicos, segundo a Cepal.
Na Bolívia, projeta-se uma queda de 16%, principalmente pela contração dos envios de gás natural e metais, enquanto em Cuba será registrada uma queda de 15%, devido à queda na produção de cana-de-açúcar e melaço, e ao colapso do preço do níquel.
Em relação às importações regionais, a Cepal projeta um aumento de 2% no valor para 2024, devido a um aumento de 4% no volume e a uma queda de 2% nos preços.
A Cepal estima que em 2024 a região reverterá o déficit comercial de 26 bilhões de dólares (148,5 bilhões de reais na cotação atual) registrado em 2023, para atingir um superávit de 36 bilhões de dólares (205,7 bilhões de reais).
(T.Martin--TAG)