Apple apresenta novo sistema de IA e parceria com OpenAI
A Apple apresentou nesta segunda-feira (10) o "Apple Intelligence", um conjunto de novos recursos de inteligência artificial (IA) para seus dispositivos, incluindo uma parceria com a OpenAI, enquanto busca alcançar a concorrência, que avança rapidamente no desenvolvimento dessa tecnologia em ascensão.
Há meses, cresce a pressão sobre a Apple para convencer os céticos sobre sua estratégia de IA, depois que a Microsoft e o Google lançaram um produto atrás do outro.
Mas a novidade levará a experiência dos produtos Apple "a novos patamares", declarou o diretor-executivo Tim Cook ao abrir o evento anual Worldwide Developers Conference (WWDC) na sede da gigante de tecnologia na cidade de Cupertino, no Vale do Silício, Califórnia.
Para isso, a Apple fez uma parceria com a OpenAI, organização que inaugurou uma nova era para a inteligência artificial generativa em 2022 com o lançamento do ChatGPT.
A OpenAI ficou "muito feliz em fazer parceria com a Apple para integrar o ChatGPT em seus dispositivos ainda este ano! Acredito que vocês vão gostar muito", publicou seu diretor-executivo, Sam Altman, nas redes sociais.
O Apple Intelligence também será adicionado a uma nova versão do sistema operacional iOS 18, também anunciado nesta segunda-feira durante a conferência, que dura uma semana.
Executivos da Apple enfatizaram que salvaguardas de privacidade foram incorporadas ao Apple Intelligence para tornar sua assistente virtual Siri e outros produtos mais inteligentes, sem roubar dados dos usuários.
O magnata Elon Musk, fundador da Tesla e SpaceX, criticou o acordo e ressaltou que a ameaça à segurança dos dados o levará a proibir o uso do iPhone em suas empresas. “A Apple não tem noção do que realmente vai acontecer quando entregar seus dados à OpenAI. Estão te traindo", publicou, na rede social X.
Musk prepara seu próprio rival para a OpenAI e processou a empresa, que ele mesmo ajudou a fundar em 2015.
- Retomada do crescimento -
De acordo com analistas, o grande desafio para a Apple tem sido como introduzir IA no estilo ChatGPT - que se alimenta vorazmente de dados - em seus produtos sem enfraquecer a privacidade e a segurança do usuário, das quais se orgulha e promove fortemente.
O sistema "coloca modelos generativos poderosos bem no centro do seu iPhone, iPad e Mac", disse o vice-presidente sênior de engenharia de software da Apple, Craig Federighi.
"Ele utiliza seu contexto pessoal para lhe dar informações que são mais úteis e relevantes para você, e protege sua privacidade em cada etapa", acrescentou.
O Apple Intelligence permitirá aos usuários, por exemplo, criar seus próprios emojis com base em uma descrição em linguagem cotidiana, ou gerar resumos breves de e-mails na caixa de entrada. As solicitações à Siri poderão ser feitas por escrito ou oralmente.
As melhorias de IA também incluíram a integração do ChatGPT com os modelos do sistema operacional ainda este ano, afirmou Federighi.
O Vale do Silício está convencido de que a IA generativa mudará profundamente a forma como os usuários interagem com smartphones e computadores, mas a tecnologia ainda está em seus estágios iniciais e os benefícios ainda não estão totalmente claros.
Os anúncios na WWDC preparam o terreno para um esperado lançamento do iPhone 16 ainda em 2024, e abrem a porta para "uma retomada do crescimento" da empresa, disse o analista sênior da Wedbush Securities, Daniel Ives.
Cook havia antecipado seu compromisso com a inteligência artificial ao incorporar chips mais poderosos e prontos para IA aos novos iPad e MacBook anunciados no início deste ano.
(T.Wright--TAG)