UE corta levemente sua projeção de inflação para este ano na Zona do Euro
A União Europeia reduziu ligeiramente, nesta quarta-feira (15), sua previsão de inflação para a zona do euro neste ano, para 2,5%, e manteve inalterada sua previsão para a trajetória do PIB, mas alertou sobre os "elevados riscos geopolíticos" para o bloco.
Em suas projeções econômicas de primavera, a Comissão Europeia (braço executivo da UE) reduziu em dois décimos sua projeção anterior para a inflação, que havia apresentado em fevereiro e apontava para 2,7%.
Com relação ao PIB, ela manteve sua previsão de crescimento modesto de 0,8% este ano na zona do euro, que é formada por 20 países do bloco que usam a moeda comum.
Para a União Europeia como um todo - ou seja, incluindo os países que não usam o euro como moeda - a Comissão projetou um crescimento de 1,0% em 2024 e de 1,6% em 2025.
A retração gradual da inflação "seria impulsionada principalmente por bens não energéticos e alimentos", disse a Comissão Europeia em uma nota.
Os analistas da Comissão esperam que no conjunto da UE, formada por 27 países, a inflação "siga um caminho semelhante, mas permaneça ligeiramente mais alta" do que na zona do euro.
"Nossas previsões continuam sujeitas a uma incerteza considerável e - com duas guerras não muito longe de casa - os riscos de queda aumentaram", disse o comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni.
O comentário é uma referência à invasão russa na Ucrânia e à guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.
- Tensões geopolíticas -
Em seu comunicado, a Comissão observou que "as tensões geopolíticas mais amplas continuam a representar riscos".
Além dos conflitos armados na Ucrânia e em Gaza, as eleições presidenciais deste ano nos Estados Unidos podem ter um impacto sobre o desempenho da economia europeia.
"Depois de um 2023 difícil, a atividade econômica se recuperou no primeiro trimestre deste ano. Espera-se que o impulso econômico se acelere nos próximos trimestres", acrescentou a autoridade italiana.
"Na frente doméstica, a queda da inflação pode ser mais lenta do que o esperado, possivelmente levando a (...) cortes [nas taxas de juros] até que a inflação de serviços se estabilize."
Em relação à trajetória da inflação, Gentiloni disse que esse índice continuará a apresentar tendência de queda para atingir a meta do Banco Central Europeu (BCE) de cerca de 2% somente em 2025.
Entre as principais economias do bloco, espera-se que a Alemanha apresente um crescimento do PIB de apenas 0,1% no final deste ano, com uma inflação de 2,4%. Nas previsões publicadas em fevereiro, a UE projetou que o crescimento do PIB alemão neste ano seria de 0,3%.
Enquanto isso, a França deve encerrar o ano corrente com um crescimento do PIB de 0,7% (projetado em 0,9% em fevereiro) e uma inflação de 2,5%. A Itália, por sua vez, deverá ter um crescimento econômico de 0,9% este ano e uma taxa de inflação de 1,6%.
As projeções da UE para a Espanha neste ano indicam um crescimento do PIB de 2,1%, com inflação de 3,1%.
Ao mesmo tempo, a relação dívida/PIB deve permanecer em torno de 90% este ano e até mesmo aumentar para 90,4% no próximo ano, longe dos 60% recomendados pelas regras fiscais da UE.
(F.Jackson--TAG)