Grupo imobiliário chinês Evergrande suspende cotação na Bolsa em Hong Kong
O grupo imobiliário chinês Evergrande, que enfrenta graves dificuldades financeiras, suspendeu nesta quinta-feira (28) a cotação de suas ações na Bolsa de Hong Kong, anunciou a autoridade que regulamenta a Bolsa de Valores.
Também foram paralisadas as negociações de títulos de duas unidades do grupo dedicadas ao setor imobiliário e aos veículos elétricos, segundo o comunicado.
As três entidades têm valor de mercado combinado de 2,1 bilhões de dólares (10,5 bilhões de reais), informou a agência Bloomberg.
A suspensão da cotação acontece um dia após a Bloomberg divulgar que o fundador da Evergrande, Xu Jiayin, está regido sob "vigilância residencial".
A Evergrande havia retomado a cotação na Bolsa há apenas um mês, depois de 17 meses de suspensão por não publicar seus resultados financeiros.
No domingo, a empresa anunciou que não poderia emitir novos títulos da dívida porque uma filial, Hengda Real Estate Group, estava sob investigação.
Dois dias antes, o grupo informou que uma reunião programada para esta semana sobre um importante plano de reestruturação de sua dívida elevada não aconteceria mais porque era necessário "reajustar os termos" do plano para adequar-se "à situação objetiva e às demandas dos credores".
O braço imobiliário da empresa não executou nesta semana o pagamento de uma dívida crucial e o site chinês de notícias financeiras Caixin informou que ex-executivos do grupo foram detidos.
O setor imobiliário e de construção é um pilar do crescimento da China - representa 25% do PIB - e registrou um 'boom' nos últimos anos.
Mas a enorme dívida acumulada pelas maiores empresas do setor passou a ser considerada pelas autoridades chinesas um risco inaceitável para o sistema financeiro e o conjunto da economia.
A crise da Evergrande agravou a desaceleração da economia chinesa, o que levou o índice de desemprego entre os jovens a recordes históricos.
O governo estabelece uma meta de crescimento ao redor de 5% para este ano, o que seria um dos piores resultados em décadas, sem considerar o período da pandemia.
Desde 2020, o governo limitou consideravelmente o acesso ao crédito para as empresas do setor imobiliário, o que levou muitas empresas ao 'default', como aconteceu com a Evergrande.
No início de setembro, as autoridades da cidade de Shenzhen (sul) anunciaram a detenção de vários funcionários da empresa e pediram à população que denunciasse casos de suposta fraude.
Outra grande empresa do setor imobiliário chinês, a Country Garden, está à beira da falência depois de registrar prejuízo recorde e uma dívida de mais de 150 bilhões de dólares (754 bilhões de reais).
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(S.G.Stein--BBZ)