Inflação na Eurozona permanece estável e apresenta dilema ao BCE
A inflação na Eurozona permaneceu estável em agosto, a 5,3% em termos anuais, anunciou nesta quinta-feira (31) a Eurostat, a agência europeia de estatísticas, o que gera um dilema para o Banco Central Europeu (BCE) sobre a continuidade do aumento das taxas de juros ou uma mudança na política diante do risco de recessão.
O BCE elevou as taxas básicas de juros ao maior nível desde maio de 2001 para frear o avanço da inflação, mas a presidente da instituição, Christine Lagarde, deu a entender que o banco central pode optar por uma pausa.
Não há consenso entre os analistas sobre a postura que o BCE adotará na próxima reunião, em 14 de setembro.
O índice de preços ao consumidor alcançou 5,3% em agosto, apesar da queda dos preços da energia e de uma leve desaceleração da alta do custo dos alimentos, destacou a Eurostat.
Os dados da inflação publicados pela Eurostat ficaram acima das expectativas dos analistas da Factset e da Bloomberg, que projetavam índice de 5,1%.
A inflação no conjunto dos 20 países que utilizam o euro atingiu o recorde de 10,6% em outubro de 2022, uma consequência do aumento dos preços do gás e do petróleo devido ao impacto da guerra na Ucrânia.
Mas o índice continua muito acima da meta do BCE, que visa uma inflação de 2%.
Na próxima reunião, os ministros da instituição responsável pela emissão do euro terão de examinar o risco de inflação diante dos temores sobre o estado da economia, depois da publicação nas últimas semanas de alguns indicadores que apontaram problemas no horizonte.
O índice sobre os gestores de compras em agosto mostrou que a economia da zona do euro registra uma contração no ritmo mais rápido em três anos, à medida que a queda na atividade industrial contagia o setor de serviços.
A inflação na Eurozona está em desaceleração desde maio, depois de registrar uma leve alta em abril.
Os preços dos alimentos subiram 9,8% em agosto, contra uma alta de 10,8% em julho, segundo os dados do Eurostat.
A inflação subjacente, que exclui os preços mais voláteis, como os da energia e os dos alimentos, foi de 5,3% em agosto, contra 5,5% em julho. Este indicador é uma das chaves que o BCE considera em suas decisões de política monetária.
Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego da zona do euro permaneceu estável em julho, com índice de 6,4% da população ativa, na comparação com os dados de junho.
Este é o menor índice desde que a Eurostat começou a compilar os dados em abril de 1998 para os países que decidiram adotar a moeda única.
Para o conjunto da União Europeia, a taxa de desemprego foi de 5,9% em julho, mesmo índice registrado no mês anterior.
(P.Werner--BBZ)