Petro anuncia que vai renegociar acordo de livre comércio entre Colômbia e EUA
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse, nesta quarta-feira (16), que vai tentar renegociar o Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos, principal destino das exportações de seu país.
Durante uma reunião com produtores de café, o presidente assegurou que o acordo, em vigor há 11 anos, veta o cultivo das variedades locais de milho.
"É proibido pelo tratado de livre comércio com os Estados Unidos (...) E quero anunciar publicamente que começa sua renegociação", antecipou Petro, sem dar mais detalhes.
O anúncio foi recebido com uma uma ovação dos agricultores reunidos no município de Pitalito, no sul do país.
Durante a campanha presidencial de 2022, o primeiro esquerdista a chegar ao poder na Colômbia propôs modificar o TLC "para proteger a agricultura nacional" dos produtos norte-americanos que chegam a preços muito baixos.
"Importamos quase todo o milho dos Estados Unidos e do Canadá. Se eu quisesse substituir esse milho pelo milho colombiano plantado, teríamos 1,2 milhão de empregos a mais, ou seja, riqueza", explicou o presidente.
Seus opositores alertaram que modificar os acordos para incluir novas tarifas sobre as importações implicaria uma resposta semelhante do governo dos Estados Unidos e poderia afetar a "estabilidade" econômica do país.
O TLC, em vigor desde 15 de maio de 2012, tornou os Estados Unidos o principal comprador dos bens e serviços exportados pela Colômbia e um dos maiores investidores no país, de acordo com dados do Ministério do Comércio colombiano.
As exportações da Colômbia para os Estados Unidos totalizaram 14,838 bilhões de dólares em 2022 (R$ 76 bilhões, na cotação da época), principalmente petróleo, carvão e outros produtos da mineração, segundo a Câmara de Comércio Colombo-Americana.
"Queremos sair da extração (de minerais), não achamos que esse seja o futuro da Colômbia (...) precisamos voltar ao mundo da produção, do trabalho", acrescentou o presidente.
A Colômbia possui 16 acordos comerciais em vigor com 62 países.
Petro, que chegou ao poder prometendo uma ambiciosa série de reformas sociais, se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pela primeira vez em meados de abril na Casa Branca.
(P.Werner--BBZ)