Nova rede social Threads já soma 30 milhões de usuários
A nova rede social da Meta, Threads, criada para competir com o Twitter, somava 30 milhões de usuários nesta quinta-feira (06), menos de um dia após o seu lançamento, anunciou o presidente e diretor-executivo do grupo, Mark Zuckerberg.
O aplicativo, lançado às 23h GMT de ontem em 100 países e que funciona sem anúncios publicitários, é a maior ameaça até o momento ao Twitter, de propriedade de Elon Musk, enfraquecido por diversos motivos.
"Vamos lá. Bem-vindos ao Threads", publicou Zuckerberg em seu perfil, ao lançar a plataforma. "Uau, 30 milhões de contas" comemorou nesta quinta-feira. "Diria que estamos diante de algo excepcional, mas ainda temos muito trabalho pela frente para construir o aplicativo".
Mais cedo, ele havia desafiado Musk: "Vai levar algum tempo, mas acredito que deveria haver uma plataforma de conversas públicas com mais de 1 bilhão de pessoas. O Twitter teve a oportunidade de fazer isso, mas não conseguiu. Espero que consigamos."
Em seu primeiro tuíte em mais de uma década, Zuckerberg publicou um meme em que se vê o "Homem-Aranha" apontando para outro Homem-Aranha, em uma aparente referência às semelhanças entre as duas redes sociais.
"Esperamos que o Threads possa ser uma plataforma aberta e acolhedora para o debate", publicou o CEO do Instagram, Adam Mosseri. "Se isso é o que você também quer, o melhor é ser amável".
A reação de Musk ao lançamento do Threads veio com uma ameaça de processo. Em carta dirigida a Mark Zuckerberg, divulgada hoje pelo site de notícias Semafor, o advogado de Musk, Alex Spiro, acusa a empresa de "apropriação indevida ilegal dos segredos comerciais do Twitter e outras propriedades intelectuais".
A carta acusa a Meta de contratar dezenas de ex-funcionários da empresa de Musk, que "tinham e ainda têm acesso aos segredos comerciais do Twitter e a outras informações altamente confidenciais".
- Eventual revés -
A Meta não havia feito uma comunicação formal sobre o lançamento da plataforma, que acontece dias após uma nova polêmica relacionada ao Twitter. No último sábado, Musk, principal acionista da rede do pássaro azul, anunciou um limite na quantidade de visualizações acessíveis aos usuários, que não caiu nada bem entre os mesmos, os desenvolvedores e os anunciantes.
A decisão faz parte de uma série de mudanças que o magnata tem implementado na plataforma e que foram mal recebidas, como as novas regras para perfis verificados mediante assinatura e a demissão de quase todo o pessoal dedicado à moderação de conteúdo.
Além disso, na segunda-feira, o Twitter anunciou que a extensão TweetDeck, bastante popular entre usuários mais assíduos e empresas, apenas seria acessível através do plano de assinatura.
Por ora, a Meta optou por não oferecer a Threads aos residentes da União Europeia, até que se esclareçam as implicações para a empresa e seus produtos com base no novo Regulamento de Mercados Digitais (DMA, sigla em inglês), que entrou em vigor no começo de maio, segundo uma fonte familiarizada com o tema. O DMA busca impor regras específicas para as empresas essenciais de internet, sobretudo a Meta, para evitar práticas anticompetitivas.
- Plataforma de decolagem -
A Meta não esconde sua estratégia para que o aplicativo recém-lançado cresça rapidamente, pois, desde o primeiro momento, decidiu apresentá-lo como um braço do Instagram, que é "o produto mais bem-sucedido da família Meta", disse Pinar Yildirim, professora de marketing na Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia. "Não podiam associar o novo produto ao Facebook, porque este nome já não agrada a ninguém".
Assim, a Threads permite aos usuários do Instagram se autenticarem diretamente se já tiverem um perfil para publicar conteúdo na nova plataforma.
"A equação é simples: se um usuário do Instagram com uma quantidade significativa de seguidores, como [Kim] Kardashian, [Justin] Bieber ou [Lionel] Messi começar a publicar na Threads com regularidade, a nova plataforma pode crescer rapidamente e acredito que os orçamentos publicitários vão seguir pelo mesmo caminho no curto prazo", escreveu o analista Brian Wieser da Substack.
Nesta quinta-feira, já se observavam contas ativas no Threads de celebridades como Jennifer Lopez, Shakira, Hugh Jackman e Jack Black, e de veículos como o The Washington Post e The Economist.
(L.Kaufmann--BBZ)